Na minha opinião, uma coisa que pessoas em posição de autoridade precisam entender urgentemente é que vivemos tempos novos nas relações pessoais e de poder. A geração mais nova não respeita ou obedece uma pessoa só porque ela foi instituída em um cargo de liderança. Eles respeitam e seguem alguém porque percebem o indivíduo como referencial, um exemplo a ser seguido e que se importa tanto (ou até mesmo mais) com eles do que com os objetivos a serem alcançadas pelo grupo.
Isto é fruto do tempo moderno, sei. Mas vejam bem, nosso país já está livre da ditadura há mais de 30 anos. A era de bater continência sem questionar o porquê das coisas, ou fazer e deixar de fazer algo por medo de algum tipo de punição já não existe. Obediência apenas por hierarquia continua a existir apenas entre os militares. No ambiente democrático, racional e cético do século XXI tudo é questionado: a motivação, a implicância, a necessidade, o custo/benefício... E de acordo com os indicadores encontrados pelos indivíduos de um determinado grupo para estes questionamentos, a sua resposta aos projetos e à liderança em si vai variar, podendo gerar ânimo, união e motivação do conjunto, ou o contrário.
Se esta nova realidade é difícil para minha geração, que cresceu presenciando o desenvolvimento desta mudança de paradigmas, imagino ser tanto mais complicado para a geração anterior, que cresceu em um ambiente onde uma palavra dita por alguém em posição superior era lei; e que ainda espera que agora, estando na posição de liderança, deva ser obedecido igualmente.
Entretanto, infelizmente para estes que ainda pensam assim, esta postura de "chefe" já não aglutina mais as pessoas em torno de um objetivo comum; pelo contrário: espanta, afasta e cria resistência ao projeto. Um simples comandante não é mais o que as pessoas procuram, elas querem um líder que tenha o mesmo sonho que é compartilhado pelo grupo que lidera, e não sonhos próprios que o grupo é obrigado a abraçar. Um líder que veja os integrantes do grupo como pessoas valiosas e que têm algo a contribuir para o sucesso do conjunto, e não para a realização da agenda do indivíduo "alfa".
Abraço a todos.
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