Vocês, caros amigos, já devem ter percebido que a bandeira dos Estados Unidos é presença constante nos filmes de Hollywood. É comum vê-la hasteada em frente a casas ou no topo dos edifícios que aparecem na produção. Não podemos negar que os americanos são muito patriotas. Eles podem ter muitos defeitos, e a nação deles com certeza os têm, mas neste ponto eu os admiro.
Admiro porque olhando para nosso país, nosso povo, ao nosso derredor, não vejo estas manifestações espontâneas ou naturais de amor pátrio. A não ser de quatro em quatro anos, durante a Copa do Mundo, a bandeira nacional é vista escassamente por aí, com exceção das repartições públicas.
Me lembro de quando eu era criança. Desfilávamos pela avenida central no Dia da Independência. Semanas antes saímos da escola marchando, para “ensaiar”. Os professores cuidando para ver se todos estavam batendo o pé certo na hora exata, se ninguém fazia corpo mole... No dia do desfile tinha que sair tudo de modo perfeito.
Era comum o pessoal usar fitas verde-amarelas nas antenas dos automóveis. Na televisão passava o desfile do Exército. Não tinha muita opção, ainda vivíamos a ditadura (é, o tempo passa, já não sou nenhum guri), quase no final, mas ainda não éramos uma nação democrática.
Pode parecer bobagem, mas estas coisas incutiam em nós um sentimento de pertencer a uma nação. De que tínhamos do que nos orgulhar, que tínhamos responsabilidades e deveres com esta nação. Hoje já não é mais assim, e não falo só do fato dos noticiários muito discretamente ainda falarem que houve algum desfile militar pelo Brasil afora.
Cada vez mais olhamos para os defeitos que nosso país tem. Para os políticos, para a corrupção, para a “falta de” alguma coisa (seja saúde, segurança, emprego... vergonha mesmo). E confundimos amar o país, confundimos patriotismo, com amar a situação precária e as mazelas que aí estão.
Não. Patriotismo não é nem a complacência com a situação atual, nem tampouco fechar os olhos para o que está errado. Patriotismo é um sentimento de amor, de devoção à pátria, a esta nação da qual todos nós, brasileiros, fazemos parte.
Amar a pátria significa amar outras pessoas. Nosso próximo. É se dar conta que pertencemos a um grupo. Um grupo de gente tão falha e tão talentosa quanto nós, que mora dentro dos mesmos limites nacionais. Unidos pela mesma língua, cultura, situação político-econômica (me refiro a estes itens ao menos em termos gerais) e pela mesma bandeira.
Amar a pátria significa não ser egoísta, não procurar o próprio interesse em detrimento de nossos conterrâneos. Considerar que existe um coletivo, maior que nós mesmos, que precisa da nossa atitude positiva para prosperar conjuntamente. Quem ama a pátria não é egocêntrico, se compadece com a necessidade alheia, vê o que não está certo e tenta corrigir, tenta melhorar, tenta fazer de sua nação um lugar melhor para si, seus filhos e os demais coirmãos.
Um político patriota não favorece o próprio bolso em detrimento do povo. Um povo patriota não elege um político em troca de benefícios particulares ou apenas para manter uma gama de privilégios. Um empresário patriota não procura o lucro exagerado, sem escrúpulos. Um funcionário patriota trabalha com excelência, não procurando vantagens em brechas da lei. E por aí vai...
Aliás, não é interessante como os princípios bíblicos fluem naturalmente em conjunto com as ações desenvolvidas por uma pessoa patriota? E mesmo assim nossas igrejas muitas vezes resolvem ignorar este aspecto da vida de todo membro (e cidadão). Geralmente o sete de Setembro passa em branco nas celebrações eclesiásticas.
É, gente... Precisamos de brasileiros mais patriotas. Que saibam cantar o hino nacional, que amem o seu país e queiram fazer algo por ele. Que esta seja a convocação desta Semana da Pátria a todos nós.
Abraço a todos.
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