quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O Capitão América


Está sendo filmado e deve ser lançado em 2011 o filme sobre o Capitão América, clássico personagem de quadrinhos da Marvel.
Muita gente não gosta deste super-herói, pois ele tem um forte apelo pró-americano (por que será hein?), em um mundo cada vez mais antiamericano. Ele acaba sendo interpretado como uma espécie de ícone dos Estados Unidos e da atitude arrogante deste país como autoproclamado xerife do mundo.
Mas não é bem assim... O que torna o personagem “ridículo” no nosso mundo atual não é a maneira como se veste, nem o fato de ter nascido no início do século passado, mas seus valores. Quer saber por quê?
Na verdade o Capitão é um símbolo. Mas não da pretensão e dos interesses escusos dos E.U.A., como muitas vezes interpretado. Porém de um conjunto de princípios, que hoje parecem ser ultrapassados.
Companheirismo, lealdade, cumprimento de promessas, honestidade, patriotismo, devoção... São valores que são tão difíceis de serem encontrados no mundo afora, especialmente aqui no Brasil. Preferimos viver no ceticismo, num estilo de vida que se baseia na reciprocidade. De acordo com o que o mundo me dá (e sempre vai dar algo pior do que eu espero) eu retribuo de igual forma.
Contudo, ao lermos as hq’s onde o Capitão aparece, nos damos conta que ele não é assim, mas acaba sempre servindo como um referencial. Muitas vezes ele não é o mais poderoso, ou o mais forte. Porém é ele quem lidera e dá um senso de justiça ao grupo. É ele quem aumenta o moral da equipe através de sua postura e liderança, baseada neste exemplo. Por quê? Porque são os valores “ultrapassados” que fazem dele um referencial.
Além disso, vemos que o Capitão América é uma pessoa que acredita tanto no que defende ao ponto de colocar sua vida em risco. Está mesmo disposto a abrir mão de sua vida, pelo ideal.
E é isso que ele é, um ícone... De um ideal. Não do que vemos, sentimos ou experimentamos no mundo à nossa volta, mas do ideal que perseguimos, do qual muitas vezes (e até mesmo nós crentes) desistimos de lutar para alcançar.
Gente, o que é a vida sem um ideal? Sem algo pelo qual vale à pena viver... E morrer? O ideal deve transcender a nossa existência, ser maior que nós. A única vida digna de ser vivida é aquela na qual lutamos por um ideal, queremos cumprir um propósito, temos um senso de dever e de realização. E se o cumprimento deste propósito exigir nossa vida? Então temos que estar prontos para dá-la.
A vida sem este ingrediente é sem sentido, vazia. Qual a graça de viver sem ter pelo que (ou por quem) lutar? Não fomos criados para isto!
Se o mundo rejeita os valores “antigos”, do tempo que preto era preto e branco era branco, do tempo que não havia tantas nuances de cinza no meio da matriz que distingue o certo do errado... Se o mundo nos presenteia diariamente com falsidade, engano, desânimo, egoísmo (o contrário do patriotismo, diga-se de passagem) e tantas outras coisas, convido a todos a serem o Capitão América de nossas próprias vidas.
Resistamos bravamente, mantendo a postura, nossos princípios, a verdade e o nosso ideal. Certos de que assim faremos a diferença neste mundo tenebroso. Escreveremos a História. Receberemos a recompensa por nossa luta.
Abraço a todos.

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