segunda-feira, 25 de abril de 2011

Luto Oficial

É sempre assim. A gente vê as desgraças na TV e acha que nunca vai acontecer com a gente, ou aqui, tão pertinho.

Com os últimos temporais causando estragos, prejuízos e mortes pela região e nossa amada cidade sempre sendo poupada, a gente vai se acostumando com a ideia de que não seremos atingidos tão cedo.

Bem... o "tão cedo" passou. Chegou nossa vez. Agora é a nossa desgraça que aparece nos telejornais.

Em solidariedade à família das vítimas, a prefeitura decretou três dias de luto oficial. Iniciativa válida. Mas todos sabem, não suficiente.

Foi no ano passado que tivemos um deslizamento (sim, Igrejinha apareceu nos telejornais na época também) em que, além do susto para os moradores do bairro Garibaldi, houve apenas danos materiais. E o que mudou desde então?




Muito se questionou, muito se falou, muito se explicou na época. E de concreto? Bem, eu ao menos não vi concreto, só barro...

É claro que a questão não é tão simples: "culpe a prefeitura!" Só que o que aconteceu no passado deveria ter servido de aviso para que o que aconteceu agora não viesse a ocorrer.

A bem da verdade, no nosso município, ou tu moras onde pega enchente, ou mora onde o morro pode deslizar. Poucos afortunados escapam desta máxima. O que torna a situação bem complexa, pois onde as pessoas vão morar, construir seus lares, estabelecer família?

E o que fazer, afinal, com todas estas casas que já se encontram em áreas de risco? Boa pergunta, que necessita de uma resposta criativa.

Soluções não são fáceis de encontrar. Mas urge ao poder público (como representante da comunidade) tomar a frente neste debate, procurar respostas que satisfaçam a necessidade do povo e respeitem os limites que o meio ambiente nos impõe.

Debate este que, mesmo que atrasado, antes tarde que nunca. Antes agora do que depois de mais uma tragédia como esta que ocorreu.

Se a outra vez que houve deslizamento na cidade foi só um alerta, quem sabe esta vez não tenha sido mais um. Quem sabe se numa próxima vez a coisa não pode ser muito pior?

No próprio bairro Saibreira temos famílias vivendo em um local de risco real e iminente que se algo como o ocorrido viesse a acontecer naquele lado do bairro, a tragédia teria números bem maiores.

Continuo afirmando que em Igrejinha não temos calamidades de maiores proporções porque não tem chovido tanto aqui como em outras regiões. Fora isto, todos os outros ingredientes da receita estão presentes na equação.

Que Deus nos guarde e que nossas autoridades façam algo prático para evitar que tristes eventos como o do final de semana passada se repitam.

Abraço a todos.

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