quinta-feira, 24 de julho de 2014

"Justiça" na lógica PeTista

1. Se: FULANO é um empreendedor, ou proprietário de terras ou imóveis, e BELTRANO e CICLANO são operários, sem-terra, sem-teto ou similares, o ESTADO deve tirar toda (ou ao menos parte) da propriedade, da empresa ou dos imóveis de FULANO e repartir entre BELTRANO e CICLANO.
2. Se: FULANO teve acesso à educação ou emprego, e BELTRANO não estudou, não trabalha ou é de alguma forma carente, o ESTADO deve tirar mensalmente um valor "$" de FULANO e dar a BELTRANO.
Ora, existe um vício muito grave e evidente nesta forma de pensar. Esta ideologia onera o conjunto social que estudou, trabalha, tem iniciativa e conquistou algum capital, ao passo que dá, gratuitamente, benefícios assistencialistas a quem não está contribuindo para o progresso da sociedade como um todo.
Tudo o que esta sistemática faz é perpetuar o "status quo" do menos favorecido e do partido que controla o Estado, ao mesmo tempo que pune o esforço daqueles que se dispõem a tentar subir socialmente. Coíbe, assim, de todas as formas, a iniciativa dos indivíduos.
Coíbe a iniciativa do necessitado porque o insere em uma política assistencialista, na qual é melhor continuar na situação em que se encontra e receber mensalmente uma verba do governo, do que ter acesso à educação e à uma possibilidade de trabalho que pudesse igualmente lhe gerar uma renda.
Perpetua o partido da situação no governo porque através desses benefícios populistas compra o voto da população, ainda que não esteja provendo ao povo nem educação e muito menos trabalho.
Do outro lado da moeda, esta política acaba por coibir iniciativas empreendedoras, e mesmo estudantis, pois onera principalmente a chamada classe média, sobre a qual costuma acumular a carga tributária. Veja bem: não é, de fato, da classe alta que são tirados os recursos dos impostos que sustentam os programas assistencialistas do governo, mas justamente do setor intermediário na pirâmide social... Aquele povo que trabalha e estuda ao mesmo tempo, que precisa estar sempre se aperfeiçoando para conseguir conquistar uma oportunidade no mercado de trabalho, que precisa continuamente apresentar os mesmos níveis de eficiência e competência para se manter na posição que se encontra.
Pois é este segmento social que faz um país andar e progredir, que o PT chama de recalcado e conservador. É este setor que o partido parece ter se disposto a extinguir*, para fazer surgir a chamada "nova classe média"**, que na verdade não passa dos integrantes da classe baixa que são financiados pelos programas governamentais de falsa assistência social.
Digo "falsa assistência social" porque entendo que o governo brasileiro subverte a velha máxima de que é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe. Hoje no Brasil, enquanto a classe média pesca, o Estado tira o peixe do barco e o dá gratuitamente para o indivíduo na beira da lagoa. O resultado é que o pescador precisa fazer o dobro do esforço a fim de sustentar esta dinâmica, enquanto o outro é premiado apenas pelo fato de ser carente.
Ao invés de dar o peixe, o Estado deveria emprestar uma canoa, dar um caniço, ajudar com a isca... Mas, efetivamente, ensinar o sujeito a pescar, para que em algum tempo ele pudesse encerrar sua dependência do governo e ter reais chances de prosperar em sua vida.
Mas por que o Estado continua a fazer isto? Simples. Porque 1) é mais fácil e 2) tem retorno garantido nas eleições. Basta compararmos os mapas de onde o PT mais teve votos na disputa presidencial nas últimas eleições com o mapa de distribuição do Bolsa-Família para que isto se torne claro e cristalino***! E assim mais uma vez reafirmo o que já argumentei antes: esta situação apenas perpetua o "status quo" vigente.
Acredito que sem iniciativas concretas por parte do Estado para levar educação e perspectivas de emprego para a população, mas apenas lhes concedendo "bolsas", o governo não faz nada senão ministrar uma Aspirina a um doente com câncer, ou seja, pode até estar aliviando um pouco a dor, mas jamais vai resolver o problema. Mas também, quem disse que resolver o problema é a intenção do governo, né?

* Veja mais no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=v6jlubBTJ20
** Veja mais em: http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/direto-ao-ponto/os-ilusionistas-que-extinguiram-o-miseravel-tambem-inventaram-o-rico-que-mendiga/
*** Veja mais em: http://institutoparacleto.org/2012/07/25/biopolitica-ocorre-quando-o-estado-embolsa-a-familia/

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