quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Protestos no Egito


Tenho acompanhado (quando posso, afinal sou um cara cheio de compromissos, vocês sabem) no noticiário esta questão das manifestações antiditatoriais que estão ocorrendo no mundo árabe, especialmente no Egito.

Realmente, este assunto me chama a atenção por dois grandes motivos: primeiro, pelo próprio fato de haver alguma manifestação. Trata-se de países com liberdades civis e políticas muito restritas, governados há décadas por governos autoritários. No Egito, por exemplo, para haver uma manifestação é necessário comunicar as autoridades com antecedência, pedindo autorização para o evento.

Dá pra imaginar isto? Uma manifestação pública, contra o regime, autorizada pelo governo?

Além disto, o segundo ponto que chama a atenção neste movimento é que ele não está restrito a um país. Sim, a bola da vez é o Egito. Mas não é só lá. Inclusive, a onda parece ter começado na Tunísia, onde uma série de protestos violentos fizeram com que o presidente renunciasse.

Então, qual a leitura que podemos fazer?


É surpreendente que estas nações, já dominadas há tanto tempo por governos ditatoriais que se sucedem, veem seu povo sair às ruas em megamanifestações exigindo renovação, democracia.

O mundo islâmico tem se mantido fechado em diversos aspectos ao Ocidente não só através de sua religião. Na verdade, esta imposição dos conceitos muçulmanos só funciona por causa dos regimes autocráticos instaurados na região.

A imposição, o radicalismo e a perseguição religiosa nunca se deram muito bem com a democracia. Não há sociedade que consiga se manter fechada sob um governo democrático, com liberdade de expressão.

Por isto que este movimento regional se torna tão importante dentro do contexto contemporâneo. E quem sabe até para o cumprimento dos eventos escatológicos!

O islamismo tem sido desde a queda do comunismo na Europa Oriental o grande entrave para a pregação do Evangelho. Mas ao mesmo tempo também tem sido, pelo seu radicalismo e fervor fanático, uma das grandes barreiras para o estabelecimento de uma “nova ordem mundial” (leia-se “o governo do anticristo”).

Para que muitas coisas referentes ao fim dos tempos aconteçam, sempre imaginei que iria tornar-se necessário um enfraquecimento do poder religioso nos países árabes. Contudo, nunca era possível prever como isto se daria.

Agora, de uma hora para outra, os governos autoritários destes países começam a tremer. Por causa de seu próprio povo. Não tenho medo de afirmar que estamos vendo com nossos próprios olhos a História ser escrita mais uma vez.

Abraço a todos.

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