O que você faria se pudesse aumentar seu próprio salário a seu bel-prazer?
Bem, como uma pessoa ética, honesta e sincera, tenho certeza de que você usaria o bom senso para fazer uma avaliação justa do seu trabalho e do quanto deveria receber de ordenado.
Mas você e eu sabemos que (infelizmente) nem todas as pessoas são tão íntegras como nós. E a possibilidade de autodeterminar seus ganhos provoca uma tentação muito grande que pode gerar vícios numa relação trabalhista e prejuízos incalculáveis para o empregador.
Digo isto por causa do recente aumento que os deputados deram a si mesmos...
Ora, nesta relação, o empregador somos nós. Afinal, teoricamente, eles são nossos representantes, é com o dinheiro do nosso imposto que são pagos, é para trabalhar a nosso favor que são mandados de todos os recantos tupiniquins a Brasília.
Só que, ao contrário do que ocorre em qualquer relação trabalhista, os nossos empregados podem determinar seus próprios ganhos. É esta possibilidade que cria estas situações estapafúrdias como temos no Congresso e no Judiciário.
O correto seria que um poder fixasse a remuneração do outro. Simples assim. O Legislativo já determina sobre o salário do Executivo. Mas, arbitrariamente, também legisla sobre seu próprio, assim como o Judiciário.
Mas se um poder determinasse o rendimento do outro, eliminaríamos o vício que se institucionalizou nesta pátria, pois cada um dos poderes constituídos serviria como órgão fiscalizador do outro, exigindo ações mais coerentes e éticas nesta matéria.
Infelizmente, para implantar tal mudança é necessário muito mais que vontade política. As classes teriam que abrir mão do seu direito de autocorrigir os seus rendimentos. Evidente que nem eu mesmo acredito que alguém faria isto.
E assim segue nosso país, aumentando a remuneração de quem já tem, em detrimento de quem não tem...
Abraço a todos.
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