quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Fúria de Titãs


Bom, já faz um bom tempo que não falo sobre filmes aqui, então vou aproveitar a deixa e postar minha análise do Fúria de Titãs (Clash of Titans no original).

Como filme, para efeito de diversão, é uma boa pedida. Tem bons momentos de aventura. No meio das diversas batalhas travadas por Perseu e o grupo de soldados que o acompanham (ou que ele é que acompanha) realmente não tem como saber quem vai sobreviver à próxima ameaça que eles enfrentarão.

Baseado na mitologia grega, o filme conta a suposta história do semideus Perseu. Filho de Zeus com uma humana, abandonado à morte enquanto bebê, ele é resgatado por um casal simples de pescadores. Mas os problemas realmente começam quando, já adulto, ele chega juntamente com seus pais na hora errada em um lugar onde soldados de uma cidade que ousou se rebelar contra os deuses têm uma escaramuça com Hades (irmão de Zeus , deus do mundo dos mortos).

Depois deste ponto, Perseu dedica sua vida a fim de evitar que a cidade seja destruída, ou que a jovem Andrômeda seja oferecida em sacrifício a Hades. Para isto, ele e um corajoso e arrogante grupo de soldados partem em uma aventura épica.

Tenho que ser sincero. Em alguns aspectos, preferi a versão mais “moderna” e “jovem” do clássico, que é o filme de Percy Jackson e o Ladrão de Raios. Claro, ninguém precisa concordar comigo. Enfim. Mas digo isto porque o que mais me chamou a atenção no filme não é algo que esteja exatamente “explícito” na tela...

Sabe o que foi?


O claro espírito humanista do roteiro. Mesmo que o herói seja eventualmente ajudado pelo seu “pai divino”, ele escolhe lutar enquanto pode contando apenas com sua natureza humana, pois odeia os deuses.

Vemos uma clara apologia à ideia de que o sofrimento humano é causado pelos deuses, que estes são arbitrários, erram tanto quanto acertam (se é que acertam) e que são eles que precisam dos humanos, de sua adoração, para se manterem vivos. Os humanos, em contrapartida, não carecem dos deuses.

A mensagem é que o ser humano deve declarar independência dos deuses, lutar contra eles se necessário, pois é dono do seu próprio destino. Que se for forte o suficiente, será mais forte que qualquer deus e, por isto, não deve temê-los.

É possível perceber onde isto vai chegar? Sim, o espírito anticristão permeia todo a estória.

A pregação básica é a seguinte: ou deuses (como os da mitologia grega) não existem, são apenas frutos da imaginação e fantasia humanos ou, caso algum Deus exista, ele pode ser derrotado pela vontade humana. Em suma, a humanidade é conclamada a viver livre de Deus, de uma forma ou outra.

É afinal, este o espírito que tem influenciado o mundo. A mesma velha mentira de sempre. No entanto, sabemos que as coisas não são assim. E nem tampouco somos como os fanáticos do filme, o estereótipo com o qual os “humanistas” nos pintam.

Abraço a todos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário