Nenhum tipo de revolução realmente muda os rumos de uma sociedade, se esta revolução não se dá na área da educação. Todas nações tiveram que investir neste setor para conseguirem se desenvolver, para mudar o “status quo” do seu povo, para alcançar um patamar maior dentro de um contexto histórico, tecnológico e social.
O aspecto preocupante desta verdade é o fato de que não vemos no Brasil esta mentalidade. No discurso sim, mas na prática não. Muito se promete (em época de eleições) na questão da Educação, em novas escolas, valorização dos professores, e até projetos de escolas em turno integral! O que soa como total absurdo já que nem as primeiras e mais básicas premissas são realmente realizadas.
Temos passado aqui no Brasil por uma revolução silenciosa nos últimos anos. Uma ideologia de governo acaba de garantir mais quatro anos para dar prosseguimento à implantação de sua filosofia governamental. É notório que este processo todo começou há muitos anos atrás, dentro de escolas e universidades.
Sim...
Me lembro ainda de quando estava no ensino médio (ok, na época era chamado de “segundo grau”, não sou tão novo assim) e já tinha professores que disseminavam, através das aulas e debates, pontos da linha de pensamento que hoje administra nosso país.
Muito reclamavam do governo que era a situação na época, pois não investia o suficiente em educação. O discurso era que a classe dominante queria manter o povo na ignorância, para não questionar, não mudar nada no campo político, social, enfim.
Não que não fosse verdade, mas a questão é que agora que esta linha ideológica está no poder, vejo que nada mudou. A filosofia de manter a área da educação em segundo (ou terceiro, ou quarto) plano continua. Afinal, é mais fácil dar bolsa-isso, bolsa-aquilo, fazer obras que sejam preferencialmente inauguradas em época eleitoral e investir em eventos populescos, que gerem lucro político ou propaganda, do que investir na base, e correr o risco de ter um povo consciente dos seus direitos e deveres, que não se deixa levar com facilidade por anúncios da mídia.
O ENEM deste ano é um símbolo do descaso que nossos governos (neste caso, especialmente o governo federal) têm com este assunto tão sério. Se fosse a primeira vez que algo assim acontecesse a nível nacional, tudo bem, o acaso aparece na vida de todos. Mas não é. É de fato um sintoma de uma doença que assola esta nação.
Estão brincando com a educação. Sempre brincaram, e não pensam em mudar tão cedo. Eis que na verdade “não há nada de novo debaixo do sol”...
Ps.: a charge acima é do Sinovaldo, chargista do Jornal NH.
Abraço a todos.
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